Cheguei ontem da Holanda. Deixei lá, como em todos os sítios pelos quais passei, um bocadinho de mim.
É um país com um nível de liberalidade bastante elevado. Onde, na capital, se vêm dezenas de cafés onde se pode comprar, para o caso de nos apetecer, um cigarrinho de haxixe. Onde, na chamada Red light street, podemos ver as mulheres do fado não em esquinas, como vemos em Portugal, mas em montras. 24 horas por dia lá estão elas, algumas até a bater no vidro da montra para chamar assim a atenção de eventuais clientes. Cheguei a ver uma a fazê-lo e, pelo que me pareceu, a mulher desse mesmo senhor não achou muita piada. Adiante.
A língua também é, definitivamente, diferente de qualquer coisa que eu ouvi até hoje. Trata-se de um rrrrrr constante, ao qual dificilmente nos habituamos.
É um país no qual se vêm canais de água em todo o sítio. Alguns pequenos, nos quais vemos patos e umas outras aves que não sei identificar. Outros, maiorzinhos, com barcos que são, na realidade, casas, com direito a luz eléctrica, água canalizada, gás, telefone. Mais do que algumas casas em terra sólida, em Portugal (qualquer tipo de ironia denotada nesta frase não é mera coincidência).
Fui a casa da Anne Frank (vénia). Fiquei a nutrir, sem dúvida, um respeito maior por aquela miúda, agora que sei e vi com os meus próprios olhos as condições em que passou os seus últimos anos de vida. Vi imagens da 2ª Guerra Mundial que nunca tinha visto. E que talvez fosse melhor nunca ter visto. Quem leu o diário lembra-se, certamente, que ela referia que batia sempre com a cabeça na entrada do anexo. Acredito que sim porque até eu, com o meu (quase) 1,60m, bati.
Fui ainda a um Centro Comercial na cidade onde ficámos, Amstelveen.
Centro comercial: pequeno. Preços: consideravelmente grandes. Dizem que nós, Humanos, temos uma tendência natural para compensar coisas pequenas com outras grandes. Talvez este possa ser considerado um desses casos.
Houve algo que gostei imenso na cidade onde ficámos. Não há medo de assaltos. As casas têm janelas enormes, sem grades. Os quintais não têm portões. Das janelas, que quase ocupam toda a parede, raras são as que têm cortinados. Persianas não existem. Pode olhar-se para dentro das janelas e ver a casa toda. Estamos a tal ponto habituados a isso que, no início, pensámos que se tratava de lojas.
Outra coisa que também notei foi que todas as pessoas falam inglês. Por terras lusas, não serão tão frequentes as pessoas com 60/70/80 anos que falam inglês. Por lá, será rara a que não fala.
Foi bom. Divertido, sem dúvida. Arrisco-me até dizer que foi, de algum modo, educativo.
Mas chegar à terrinha, ouvir falar o português, ver a minha bandeira hasteada em casas e carros (reminiscências ainda do europeu de futebol), sentir o sol a bater-me na cara...
Sentir que estou novamente em casa.
Sentir que, se quiser, vou a um café comer um pastel de bacalhau. Ou a um restaurante, comer uma carne de porco à alentejana. Sentir que, apesar das coisas más, o meu país é a minha casa. É a minha história, é a minha vida. Sentir vontade de dizer aos holandeses que sou de um país de Heróis do mar, de uma nação valente e imortal. E isso, por muito que falem, só nós somos. Ou fomos. Não interessa. É história, e essa ninguém nos tira. Tive saudades, e essas só os portugueses as têm. Foi bom regressar a casa.
Foi bom regressar a Portugal.
É um país com um nível de liberalidade bastante elevado. Onde, na capital, se vêm dezenas de cafés onde se pode comprar, para o caso de nos apetecer, um cigarrinho de haxixe. Onde, na chamada Red light street, podemos ver as mulheres do fado não em esquinas, como vemos em Portugal, mas em montras. 24 horas por dia lá estão elas, algumas até a bater no vidro da montra para chamar assim a atenção de eventuais clientes. Cheguei a ver uma a fazê-lo e, pelo que me pareceu, a mulher desse mesmo senhor não achou muita piada. Adiante.
A língua também é, definitivamente, diferente de qualquer coisa que eu ouvi até hoje. Trata-se de um rrrrrr constante, ao qual dificilmente nos habituamos.
É um país no qual se vêm canais de água em todo o sítio. Alguns pequenos, nos quais vemos patos e umas outras aves que não sei identificar. Outros, maiorzinhos, com barcos que são, na realidade, casas, com direito a luz eléctrica, água canalizada, gás, telefone. Mais do que algumas casas em terra sólida, em Portugal (qualquer tipo de ironia denotada nesta frase não é mera coincidência).
Fui a casa da Anne Frank (vénia). Fiquei a nutrir, sem dúvida, um respeito maior por aquela miúda, agora que sei e vi com os meus próprios olhos as condições em que passou os seus últimos anos de vida. Vi imagens da 2ª Guerra Mundial que nunca tinha visto. E que talvez fosse melhor nunca ter visto. Quem leu o diário lembra-se, certamente, que ela referia que batia sempre com a cabeça na entrada do anexo. Acredito que sim porque até eu, com o meu (quase) 1,60m, bati.
Fui ainda a um Centro Comercial na cidade onde ficámos, Amstelveen.
Centro comercial: pequeno. Preços: consideravelmente grandes. Dizem que nós, Humanos, temos uma tendência natural para compensar coisas pequenas com outras grandes. Talvez este possa ser considerado um desses casos.
Houve algo que gostei imenso na cidade onde ficámos. Não há medo de assaltos. As casas têm janelas enormes, sem grades. Os quintais não têm portões. Das janelas, que quase ocupam toda a parede, raras são as que têm cortinados. Persianas não existem. Pode olhar-se para dentro das janelas e ver a casa toda. Estamos a tal ponto habituados a isso que, no início, pensámos que se tratava de lojas.
Outra coisa que também notei foi que todas as pessoas falam inglês. Por terras lusas, não serão tão frequentes as pessoas com 60/70/80 anos que falam inglês. Por lá, será rara a que não fala.
Foi bom. Divertido, sem dúvida. Arrisco-me até dizer que foi, de algum modo, educativo.
Mas chegar à terrinha, ouvir falar o português, ver a minha bandeira hasteada em casas e carros (reminiscências ainda do europeu de futebol), sentir o sol a bater-me na cara...
Sentir que estou novamente em casa.
Sentir que, se quiser, vou a um café comer um pastel de bacalhau. Ou a um restaurante, comer uma carne de porco à alentejana. Sentir que, apesar das coisas más, o meu país é a minha casa. É a minha história, é a minha vida. Sentir vontade de dizer aos holandeses que sou de um país de Heróis do mar, de uma nação valente e imortal. E isso, por muito que falem, só nós somos. Ou fomos. Não interessa. É história, e essa ninguém nos tira. Tive saudades, e essas só os portugueses as têm. Foi bom regressar a casa.
Foi bom regressar a Portugal.