Era uma vez uma menina de 16 anos, que resolveu criar um blog para desabafar... E que agora, aos 21, continua a escrever. De teen a adulta; de Portugal à Holanda - A saga!

01
Jan 06

Olá!! Antes de mais nada, quero desejar-vos um 2006 cheio de alegrias!!

Neste primeiro dia do ano, vou escrever sobre um assunto acerca do qual já queria ter escrito há mais tempo mas, por falta de inspiração ou tempo, ainda não tive oportunidade.

Este episódio passou-se no passado dia 23 de Dezembro. Fui com a minha prima à baixa de Setúbal, para fazermos as últimas compras de Natal e passarmos um tempinho juntas, uma vez que ela fez 20 aninhos nesse dia. Íamos nós a falar sobre violência doméstica, sobre o porquê de muitas mulheres não se queixarem, sobre se os homens teriam ou não mais força do que as mulheres. Dizia-lhe eu que, se estivermos a falar de força física, depende muito da estatura corpórea do homem e da mulher a que nos referimos, ao que a minha prima me respondeu que, por mais magro que seja o homem, ele consegue sempre "dar mais do que levar".

Quando a minha prima acabou de dizer isto, fomos interrompidas pela voz de uma senhora que vinha atrás de nós. "Não diga isso, menina", disse ela à minha prima. Olhámos para trás e demos de cara com uma senhora pequenina, gordinha.

Tinha os olhos inchados, tinha estado, obviamente, a chorar, se bem que agora apenas os olhos inchados o denunciassem. Tinha um ar cansado e cheguei a reparar que, na primeira articulação do polegar da mão esquerda, tinha uma ferida, um buraco tão fundo que dava para ver algo branco por dentro, que deduzi ser mesmo o osso. Mas ela parecia não se importar com isso. Penso que estava mais importada em dar-nos uma lição que, quem sabe, talvez fique para toda a vida.

"Não diga isso porque a pior coisa que podemos fazer é deixá-los bater-nos uma vez! Nunca podemos deixá-los pensar que são melhores que nós, porque não são! Somos todos iguais, não há ninguém melhor que ninguém, nem nenhuma mulher deve ser criada do marido! Olhem, o meu marido... Ah... O meu ex-marido... Enfim...". E calou-se. Nós continuámos a andar e reparámos que a senhora tinha ficado para trás, para entrar numa papelaria qualquer.

Então eu, que sou de uma sensibilidade extrema e tenho sempre resposta para tudo, não encontrei mais nada para dizer à senhora a não ser "Obrigada e um bom Natal!"... Aí senhora começou a chorar... "Não menina... Este Natal não vai ser bom... Mas tenho a certeza de que os próximos vão ser muito melhores do que estes últimos...". Ainda a chorar, a senhora baixou a cabeça e entrou na loja, enquanto nós ficámos sem saber o que fazer e, uma vez que a vimos entrar, viemos embora também.

A violência doméstica não é algo de hoje, como todos sabem. Mas parece-me que ainda existam casos destes, em pleno século XXI. Porque não tentar acabar com tudo isso, neste novo ano que entra?

Sei que não depende de mim, nem de ninguém que lê este blog... Mas penso que se todos pudermos passar esta mensagem, penso que talvez possamos ajudar um pouquinho que seja...

E assim termino este post de hoje... Com uma esperança de um verdadeiro "Ano novo, Vida nova!"

publicado por Nana às 14:53

Janeiro 2006
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
11
14

15
17
18
20

22
23
25
26
27
28

29
30
31


subscrever feeds
tags

todas as tags

mais sobre mim
pesquisar
 
Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

blogs SAPO