Era uma vez uma menina de 16 anos, que resolveu criar um blog para desabafar... E que agora, aos 21, continua a escrever. De teen a adulta; de Portugal à Holanda - A saga!

28
Mar 06
Se consegues manter a cabeça no lugar
Quando todos à tua volta a perdem e te culpam por isso;
Se consegues confiar em ti quando todos duvidam
E ainda perdoar que duvidem;
Se consegues esperar e não ficar cansado pela espera;
Ou ser caluniado sem caluniar os outros;
Ou ser odiado mas não abrir caminho ao ódio;
E ainda assim não pareces nem falas demasiadamente bem.

Se consegues sonhar sem deixar que os sonhos te dominem;
Se consegues pensar sem fazer do pensamento um objectivo;
Se consegues encontrar o Triunfo e o Desastre
E tratar esses dois impostores de igual forma;
Se aguentas ouvir a verdade que disseste
Transformada por velhacos em armadilhas para os ingénuos;
Ou observar as coisas pelas quais deste a vida, destruídas
E parar e construí-las de novo, com ferramentas velhas.

Se consegues fazer um monte com todos os teus ganhos
E arriscá-los todos num lance de cara-ou-coroa
E perder, e começar novamente
E nunca suspirar uma palavra sobre a tua perda;
Se consegues forçar o teu coração, nervo e tendão
A servir-te, ainda que já não sirvam
E a aguentar quando já nada existe em ti
A não ser a Vontade que lhes diz “Aguentem!”

Se consegues falar com multidões e manter a tua virtude;
Ou andar com reis sem perder a tua humildade;
Se nem inimigos nem amigos podem magoar-te;
Se todas as pessoas contam para ti, mas nenhuma em demasiado;
Se consegues preencher cada minuto
Com sessenta segundos que valem a pena,
Tua é a Terra e tudo o que esta contém
E – ainda mais – serás um Homem, meu filho!


Este é um poema que descobri há pouco tempo. O seu título original é “If” e quem o escreveu foi Rudyard Kipling. Traduzi-o para português porque quero que todos o entendam, e peço desculpa desde já se algo estiver mal traduzido. Espero que gostem deste poema tanto quanto eu... Que o entendam e que signifique para vocês tanto quanto significa para mim. Boa semana a todos.

(recebi hoje o teste de matemática do ministério, tive 5,5... JURO que não sei o que é que ando na escola a fazer... Se não tenho 19 a psicologia e a ITI e 18 a português, a minha média vai por água a baixo... Por vezes tenho uma vontade louca de mandar tudo para o ar... Deixar isto, ir trabalhar... Era menos tempo perdido... Mas não sei...)
publicado por Nana às 17:21

23
Mar 06
Preciso de enzimas! Enzimas que catalisem as reacções do meu cérebro relativamente à escola. E quando as catalisarem, vou entender por fim que o estoicismo, defendido por Ricardo Reis (ou seria por Álvaro de Campos??) não passa de um mecanismo de defesa do nosso cérebro, motivado pelo ID, Ego, ou mesmo até pelo SuperEgo!!

Então, vou poder fazer com que o meus leucócitos (incluindo os monócitos, os basófilos, neutrófilos, etc) deixem de reagir com uma hipersensibilidade (alergia) à escola. Escola esta que, no entanto, acaba por ser um grupo responsável pela socialização, que é nada mais nada menos que o processo pelo qual ao longo da vida o indivíduo aprende e interioriza os elementos sócio-culturais do seu meio.

Então, vou aperceber-me que o limite da minha personalidade quando X tende para infinito é igual a mais infinito. Porque a água só ferve quando a pressão de vapor da mesma iguala a pressão do ar. E porque o Freud inventou a psicanálise, que derrubou todas as outras teorias do Wundt, Watson, etc.

E depois vem o Luís de Sttau Monteiro e escreve o “Felizmente há luar”, mas nada se entende porque ao mesmo tempo leio o “Memorial do Convento” do José Saramago e não entendo o que é que o homem tem contra os pontos finais. E depois irrito-me, pelo que os meus neurónios começam a mandar impulsos uns aos outros por todo o meu corpo, porque afinal temos neurónios em todo o corpo e não só no cérebro, e se calha apanhar neurónios com mielina suficiente, leva o meu hipotálamo a produzir HCG, que depois vai estimular a minha hipófise e resta esperar que esta não comece a criar oxitocina a mais, não vá eu começar a ter dores do parto sem sequer estar grávida porque, afinal, o meu endométrio ainda não sofreu nidação nem tão pouco entrou em contacto com nenhuma gástrula, felizmente!

E então vem o monstro “e gira 3 vezes, 3 vezes gira” mas não vale a pena ficarmos assustados porque, perto da matemática, química, português, psicologia e biologia... Esse tal Adamastor não assusta ninguém...

(Texto passível de ser entendido por pessoas que se encontram ao mesmo nível de desespero que eu por umas boas férias...)
publicado por Nana às 15:32

19
Mar 06
Para descrever o meu baile de finalistas tenho apenas uma palavra: LINDO!!!!

Amei!! Achei que fosse correr mal. Pensei que fosse ter um ataque de pânico e ter que vir embora... Ou partir um salto... Ou mesmo tropeçar quando fosse receber a faixa... Mas não!!
Acordei cedo, não conseguia dormir de tão nervosa. Isso deixou-me hesitante em relação a ir ou não. Se já estava nervosa de manhã... Então como estaria à noite?? O que interessa é que fui... e amei!! Os meus meninos todos lindos, de fatinho... Pareciam uns homenzinhos, uns autênticos gentlemen!! As meninas então... Não havia nenhuma que não parecesse uma princesa!!

Durante o jantar senti-me, uma vez mais, orgulhosa da minha turma. Eu via todas as outras mesas com finalistas... Todos a beber álcool, aposto que muitos deles não chegaram a ir ao baile... Mas os meus meninos não... Águinha, Ice-Tea, Coca-Cola...
Entretanto fomos para o baile (na carrinha do clube de futebol “Águias de São Gabriel”). Ao chegar lá, o nervosismo estava estampado na cara de cada finalista que via. Pais, mães, tios, tias, primos, avós... Setecentas pessoas num salão que tem capacidade para quatrocentas. Lindo.

O momento da valsa... Arrepiei-me do início ao fim!
O único ponto negativo foi o facto de uma das nossas finalistas se ter sentido mal, tendo assim que deixar o baile a meio, sem receber a faixa... (As melhoras, Su!!)

A minha turma foi a última a receber a faixa (apesar de sermos a turma B, fomos os últimos a receber a faixa porque éramos a turma com mais pessoas, e eles deixaram as turmas com mais pessoas para o fim para segurar o máximo de pais possível). Lá fomos para cima do palco, tudo com dores nos pés, ensonados... Com muito cuidadinha, paranão tropeçar no vestido (aquelas escadas eram manhosas...)!! Mas todos conseguimos sorrir ao receber a faixa (e dois beijinhos dos professores! Ah pois!... O stor Paulo bem tenta escapar-se mas...).

Depois de recebermos as faixas e dos papás se terem ido embora... Aí sim, começou a festa. Em primeiro lugar, obrigámos o coitado do fotógrafo a ficar por lá e a tirar-nos umas quantas centenas de fotografias (penso que consegui manter os olhos abertos numa delas!!). Depois viemos dançar, e dançar, e dançar... Até que a música acabou... Mais cedo do que o que pensávamos! Não sei precisar as horas, mas penso que deviam ser umas cinco horas. Ficámos ainda lá sentados um bom bocado... A falar, a rir, a fazer massagens nos pézinhos, que por esta altura já tinham mudado de cor umas quantas vezes...

Por fim expulsaram-nos do salão, porque iam fechar. Ficámos cá fora, a olhar uns para os outros e a pensar como iríamos para casa (isolados em Palmela, sem carro).

Entretanto aconteceram umas confusões com um “home” que já tinha uns quantos (muitos) copos a mais... Partiram-se vidros de carros, deram-se uns quantos murros, chamou-se a polícia... Mas também, nada como uma boa intervenção da GNR para apimentar o fim do baile (irónica).

Acabámos por sair de lá a pé, afinal, a última coisa que nos apetecia era irmos parar à esquadra... Lá fomos nós andando pela rua a baixo, temperaturas próximas dos 0 graus (por esta altura odiei que o meu vestido fosse de alças e não de gola alta), perto das 6 da manhã e ficámos abrigados num prédio... Até que o pai de uma das raparigas nos foi buscar... Não cabíamos todos no carro, então os meninos ficaram lá, à espera de autocarro para Setúbal... Eu queria ficar com eles, mas não me deixaram... Que piada tem vir para casa, e deixá-los lá a apanhar frio?? Pois, nenhuma!!

Mas enfim... Adorei... Foi sem dúvida umas das noites mais inesquecíveis da minha vida...

Obrigada à minha turma, por ser tão especial!!!
publicado por Nana às 13:51

12
Mar 06
É viver na dúvida.
É acordar e não poder deixar de pensar se durante o dia vamos passar mal. É, por vezes, ter medo de sair de casa.
É ter medo de ir ao baile de finalistas. É ter medo de ter um ataque de pânico quando vamos receber a faixa. Ou durante o jantar. Ou na cabeleireira.
É passar horas maldisposta, com vontade de vomitar e ainda assim sorrir, para que os outros não se apercebam.
É entrar nos testes a tremer e sair a meio, porque não aguentamos a pressão. É entrar na casa de banho e ter medo de sair.
É ter uma sensação de angústia quando conhecemos alguém, porque de certeza que essa pessoa vai reparar que estamos a ter um ataque de ansiedade.
É ter medo de comer, não vá o nosso estômago reagir mal ao ataque de pânico.
É deixar de sair com amigos.
É ter medo de andar sozinha na rua.
É saber que não há cura para o que temos: ou somos fortes e tentamos superá-lo, ou entramos em depressão e desta não saímos tão cedo.
É chorar que nem uma criança a quem se tirou um brinquedo, porque a perspectiva de sofrer disto para sempre não é, de forma alguma, agradável.
É perguntarem-nos se ultimamente temos tido ataques e, com todos os dentes que temos na boca, mentir, sorrindo e dizendo um seguro “Não! Já nem me lembro que tenho isso...”.
É, resumidamente, medo. Medo de sofrer, medo que as outras pessoas se apercebam que sofremos.

Segundo a minha psicóloga (deixei de lá ir no início deste ano porque achei, muito sinceramente, que não era muito competente), o meu transtorno de ansiedade deve-se ao facto de ter vivido com o meu ex-padrasto, que me fazia a vida negra. O meu sistema nervoso andava sempre alterado e agora, que tudo acabou, o meu sistema nervoso está em recuperação... Como aquelas pessoas que vão para a guerra e voltam com problemas psicológicos... Não sei se é verdade isto que ela disse. Se o é, tenho que agradecer ao meu ex-padrasto por ter estragado a minha vida. Se era esse o objectivo, chegou lá mais profundamente do que alguma vez imaginou. Os meus parabéns.

http://valleser.rumo.com.br/pan.htm
publicado por Nana às 15:24

08
Mar 06
Aqui há umas semanitas atrás, lançaram-me o repto de escrever, no meu blog, cinco manias minhas. Não tenho tido muito tempo, é uma verdade, mas hoje decidi fazê-lo. Então aqui vos deixo cinco das minhas manias... As melhorzinhas, claro, as piores ficam guardadas...

1ª mania – Roer os lábios! É esquisito, eu sei, mas é um hábito que tenho desde que me conheço como gente. A minha mãe fá-lo também, pelo que suponho que o tenha “apanhado” com ela... Porém, segundo o meu livro de psicologia, as pessoas que são desmamadas demasiadamente cedo ou demasiadamente tarde têm sempre a tendência a fazer este tipo de coisas... Ora eu deixei de mamar aos 3 anos (sim sim, leram bem, 3 anos... E nem vos conto o que é que a minha mãe teve que fazer para eu desistir!)... Será que tem alguma coisa a ver? Hm...

2ª mania – Falar! Eu sou daquelas pessoas que falo, falo e falo. Em casa, na rua, na escola, nas aulas, com amigos, com conhecidos, com familiares, sozinha (nada de comentários a dizer que a maluquice começa assim, porque o meu professor de química diz que a partir dos 17 anos é normal!!)... Eu falo e falo! Baixinho, alto, a média voz... Acordada, com sono e, segundo dizem, até a dormir!! Falar é, definitivamente, uma mania.

3ª mania – Estalar os dedos! Esta apanhei-a com o meu pai e com os meus irmãos. É daquelas coisas que faço mesmo sem dar por isso. Às vezes até têm que me chamar a atenção... Parece que é mau fazê-lo à mesa...

4ª mania – Fazer os outros rir. Adoro fazer as pessoas rir. Especialmente quando alguém está em baixo... Se o faço rir, já ganhei o dia! O pior disto é mesmo eu estar sempre a dizer piadas... Por vezes o pessoal até se ri... Mas não há nada pior que dizer uma piada e ficarem todos a olhar para nós, com cara de “O que é que esta está para ali a dizer”... Ou então quando queremos dizer uma piada mas, achamos tanta piada ao que vamos dizer que nos ficamos a rir meia hora antes de a dizer... Claro que depois de dita já não tem tanta piada e, mais uma vez, passamos por maluquinhos.

5ª mania – Por o despertador a tocar meia hora antes da hora de me levantar! Então não sabe tão bem estar ali naquela sorninha, antes de levantar?? Eu ponho o telemóvel a tocar meia hora mais cedo para aproveitar, no verdadeiro sentido da palavra, a caminha!! Acordar e levantar logo?? Não é para mim...

E pronto, aqui estão cinco das minhas manias... São, por assim dizer, algumas das “menos más”... E, já agora, aproveito para lançar o mesmo desafio a todos os que lerem este texto!! Vá lá, toca a confessar manias...
publicado por Nana às 17:50

02
Mar 06

Até que ponto somos fortes o suficiente para perder alguém que amamos?

E não me refiro apenas a namorados/as... Refiro-me a todas as pessoas que amamos. Pais, irmãos, família, amigos... Até que pontos somos fortes?? Até que ponto aguentamos uma separação vitalícia?

Porque custa, sei que custa... E vai custar... A perda de uma pessoa que amamos será sempre um choque.

Mas a nossa reacção depende da nossa personalidade. Há quem chore. Há quem fique deprimido. Há quem fique apático. Há quem não verta uma lágrima por fora... mas por dentro a alma acaba por inundar-se de dor. Há quem simplesmente não reaja. Há quem finja que tudo está bem... Que tudo vai passar.

Mas não vai. E todos sabem que não vai. Porque não pode. Porque não é justo. Porque não há nada mais injusto do que perdermos alguém que amamos.

O simples pensamento de que tal pode acontecer deixa-nos a todos incomodados. Por isso, não falamos nisso. Fingimos que a morte não existe. Fingimos que somos eternos, que nunca vamos perder ninguém.

Depois, quando o fim de alguém se aproxima, ficamos em pânico. Porque não queremos. Acima de tudo, porque não podemos fazer nada para o impedir.

Há quem reze... Há quem faça promessas... E há quem, simplesmente, chore. Pela pessoa que se vai. Pela vida que essa pessoa ainda poderia ter. Pela falta que essa pessoa vai fazer. Muita... Profunda... Angustiante falta.

E aprendemos a viver com isso... Sorrindo por fora... Chorando por dentro... Porque a aparência de que tudo está bem pode não parecer surtir qualquer efeito em nós... Mas parece ser um grande calmante para quem nos vê...

Peço desculpa, hoje sinto-me especialmente nostálgica..

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publicado por Nana às 18:02

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