Era uma vez uma menina de 16 anos, que resolveu criar um blog para desabafar... E que agora, aos 21, continua a escrever. De teen a adulta; de Portugal à Holanda - A saga!

25
Abr 06
Hoje resolvi escrever sobre um dos meus desportos preferidos: ir às compras!

Ir às compras é algo tão comum hoje em dia que, por vezes, chegamos a fazê-lo sem dar por isso. Saímos de casa para passear um pouco, com o simples objectivo de desentorpecer um pouco as pernas para ver se não enferrujam (sim, que isto de ter 17 anos tem que se lhe diga!) quando passamos por uma montra e ali está ela. Aquela blusa, daquela loja e, ainda por cima, em promoção!! Contamos os eurozinhos na carteira (que a vida está má para todos) e, mal vemos que temos dinheiro suficiente, lá chegamos a casa com uma blusa a estrear.

Ir às compras acaba por ser algo terapêutico. Mas existe alguém que, após um dia de compras, se sinta deprimido? Cansado sim... Deprimido, nunca!! Ainda que o dinheiro não chegue para tudo o que queremos comprar (as coisas melhores aparecem quando já gastámos o dinheiro), só o facto de sair, ver montras, olhar para as pessoas a pegar em peças, admirá-las, olhar para o peço e voltar a pendurá-las novamente... Enfim!

E, se formos pensar bem, as compras até podem servir como uma boa declaração de amor! Então não é tão romântico ir às compras com o namorado? Então não é giro entrar em lojas e vê-los em filinha, ao pé dos gabinetes de prova, a olhar uns para os outros como quem diz “Como te compreendo, amigo, como te compreendo...”, a suspirar de tédio??

Penso até que poderíamos comparar as compras a uma selva:

Existem os animais que olham e rondam a presa mas que, sozinhos, não a conseguem capturar (leia-se comprar)... Só em grupo conseguem fazê-lo, o que, em linguagem de compras, seria a vulgar (e que tanto jeito dá de vez em quando) “vaquinha”.

Depois, há os animas que, tão grandes e poderosos que são, capturam as suas presas sem olhar a custos... Capturam-nas quer precisem delas para se alimentar ou não. Esta espécie está, no entanto, em vias de extinção, embora algumas estejam ainda preservadas em cativeiro.

Existem também os parasitas. Sempre ligados a outro animal (que, normalmente, também se aproveitará de algum serviço da parte do parasita), comem tudo o que podem... Morreriam sem o animal a que estão ligados.

Há ainda o animal que é pequeno mas persistente... Então, cerca todas as presas possíveis e imaginárias... Tenta apanhá-las todas... No entanto, e apesar de tentar capturar 100 presas, acaba sempre com apenas uma ou duas (Pois, que isto de pagar o IVA a 21% é injusto... Isto já para não falar da roupa que, hoje em dia, é feita à medida daquelas modelos esqueléticas, cuja alimentação se baseia em morangos, água e laxante)...

Enfim, como podem ver, ir às compras pode ser um desafio, uma terapia, uma prova de amor... Por algum motivo, sinto que, neste momento, não podia escrever sobre nada mais frívolo, vão e fútil... Mas como boa teenager que sou, e tendo em conta que, de tanto falar sobre químicas e biologias, também sabe bem dizer uns quantos disparates de vez em quando... o texto até nem está mau de todo, pois não??

Beijinhos a todos e bom feriado... a quem o tem, é claro!!
publicado por Nana às 21:18

20
Abr 06
Ora então boas tardes!!

Antes de mais, peço desculpa pelo último post... De vez em quando as coisas saem um pouco mais melancólicas do que o esperado.

Anyway! Hoje cheguei à conclusão que algumas pessoas acham que sou uma palhaça! Não o digo no mau sentido da palavra (quer dizer... não sei... bom, adiante!), mas sim no sentido de estarem sempre à espera que eu faça alguma palhaçada para se rirem! Isto até não é mau, dito desta forma... Não seria... O que acontece é que algumas pessoas já chegam ao pé de mim com um grande sorriso, que é como quem diz “Vá, faz lá aí uma graçola para o pessoal se rir”... Ora eu, que até sou uma miúda séria (cough cough), calada (cough cough) e tímida (cough cough raios parta a tosse!), fico inibida, não é? E depois, se estou inibida, o que é que acontece? Digo uma piada seca... O que acontece frequentemente quando estou ao pé de pessoas que não conheço ou, ainda mais frequentemente, quando estou ao pé de meninos engraçados (a.k.a. gajos bons). E o mais giro ainda é quando alguma senhora assim mais velha me diz “Ai, tão gira que ela é... É engraçada, a miúda! Mas também, gordinha e pequenina, não se esperava outra coisa!”! Bom, quando elas dizem isso, aí então vejo-me obrigada a hiperventilar, não vá eu ter um ataque cardíaco, tal não é a felicidade que sinto cada vez que as pessoas realçam essas duas minhas (das melhores!) características...

Claro que, relativamente ao facto de ser pequena e gordinha, oiço muitas frases carinhosas... Aqui vos deixo algumas das que mais feliz me fizeram:

“Ó menina, nunca pensou em trabalhar num submarino?”
“Tu não és gorda... Tu és é baixinha...”
“Ah, tão querida, quer ir para fisioterapia... E vais ser uma boa profissional, de certeza, elas são todas pequeninas!”
“Era giro se fosses para medicina... Já estou a ver o doente, na maca, à espera de ser operado... E tu, ao lado da maca, aos saltinhos, a tentar ver o doente...”
“Olha importas-te de apanhar aí esse papel que caiu? É que tu estás mais perto do chão...”
“Mas tu consegues chegar ao buraco da porta ou, cada vez que tocam à campainha, tens que abrir a porta para ver quem é?”
“Queres que vá contigo, ou já chegas aos botões do elevador?”
“O quê? Tu? Tu não estás nada magra, antes plo contrário, até estás bem rechonchudinha!” (comentário da mulher do meu médico de família após uma falha de comunicação em que ela entendeu que eu disse que estava magra de mais)

E depois haveria uma lista de bocas do meu stor P.M. (sim, stor, aquela primeira é sua!!), mas para isso eu teria que abrir um outro blog para caberem lá todas, por isso acho que não vale a pena...

E pronto, é isto, hoje estou bem disposta... De manhã senti-me um pouquinho mal, mas agora estou extremamente bem disposta!! Por isso acho que agora vou andando e, quiçá, fazer umas das minhas “graçolas” à minha mãe... Beijinhos a todos!
publicado por Nana às 19:50

17
Abr 06
Chegaste com o ar superior de quem possui tudo o que te rodeia. Achámos que mudasses para melhor os teus defeitos e as nossas vidas. Não podíamos estar mais enganadas.
Chegaste e quiseste... mas não venceste.
Com a ajuda de alguns componentes, afundaste-te a ti. E com esse orgulho tão característico, não quiseste ser o único a afundar. A cada dia que passava, pegavas em nós com os laços que pensavas existir e arrastavas-nos para o fundo contigo.
Pergunto-me se saberias que nos arrastavas também ou se, simplesmente, nem te apercebias, tão concentrado que estavas na tua própria dor.
Mudaste as nossas vidas para sempre. Hoje, felizmente, já não estás cá. Não morreste, apesar de eu, durante o tempo que cá estavas, muito o ter desejado, simplesmente partiste para outro sítio. Para atormentar outras pessoas, talvez. Ou então para, por fim, sofreres em silêncio estes últimos tempos que te restam.
Foste embora mas tudo o que fizeste ficou. Ficaram as feridas que, após 3 anos de ausência, ainda não cicatrizaram. Ficaram os medos, os receios. Ficaram as tristezas e os anseios por uma parte de infância e adolescência não vividas.
Eu era uma miúda. Tu não entendias isso. Ou talvez simplesmente não quisesses entender. No entanto, culpavas-me de tudo o que te acontecia. Batias à porta do meu quarto às 4 da manhã, a chorar, para me dizer que a culpa de estares naquele estado era minha. Eu tinha 10/11/12/13 anos!
Hoje não tenho que aguentar a tua presença. A tua presença física. Porque estás longe. Mas não longe o suficiente para saíres da minha mente. Sempre que eu me sentir mal, sempre que eu tiver medo de algo, sempre que eu não conseguir confiar não só em mim, mas também nos que me rodeiam... Tu estarás lá, sempre... E se hoje aparento ser feliz, se sorrio ou dou uma gargalhada, dentro de mim existirá sempre uma parte escura. Uma parte da minha infância que tu, com os teus problemas e medos, pintaste de escuro com uma tinta permanente. Eu tento esquecer tudo, a sério que tento... Mas não dá...

**Queria só esclarecer que esta carta não foi escrita para o meu pai... felizmente, posso gabar-me de ter os melhores pais do mundo... trata-se de uma carta ao 2º marido da minha mãe...***
publicado por Nana às 13:51

10
Abr 06
Cheguei ontem da Holanda. Deixei lá, como em todos os sítios pelos quais passei, um bocadinho de mim.
É um país com um nível de liberalidade bastante elevado. Onde, na capital, se vêm dezenas de cafés onde se pode comprar, para o caso de nos apetecer, um cigarrinho de haxixe. Onde, na chamada “Red light street”, podemos ver as “mulheres do fado” não em esquinas, como vemos em Portugal, mas em montras. 24 horas por dia lá estão elas, algumas até a bater no vidro da montra para chamar assim a atenção de eventuais clientes. Cheguei a ver uma a fazê-lo e, pelo que me pareceu, a mulher desse mesmo senhor não achou muita piada. Adiante.

A língua também é, definitivamente, diferente de qualquer coisa que eu ouvi até hoje. Trata-se de um “rrrrrr” constante, ao qual dificilmente nos habituamos.

É um país no qual se vêm canais de água em todo o sítio. Alguns pequenos, nos quais vemos patos e umas outras aves que não sei identificar. Outros, maiorzinhos, com barcos que são, na realidade, casas, com direito a luz eléctrica, água canalizada, gás, telefone. Mais do que algumas casas em terra “sólida”, em Portugal (qualquer tipo de ironia denotada nesta frase não é mera coincidência).

Fui a casa da Anne Frank (vénia). Fiquei a nutrir, sem dúvida, um respeito maior por aquela miúda, agora que sei e vi com os meus próprios olhos as condições em que passou os seus últimos anos de vida. Vi imagens da 2ª Guerra Mundial que nunca tinha visto. E que talvez fosse melhor nunca ter visto. Quem leu o diário lembra-se, certamente, que ela referia que batia sempre com a cabeça na entrada do anexo. Acredito que sim porque até eu, com o meu (quase) 1,60m, bati.

Fui ainda a um Centro Comercial na cidade onde ficámos, Amstelveen.
Centro comercial: pequeno. Preços: consideravelmente grandes. Dizem que nós, Humanos, temos uma tendência natural para compensar coisas pequenas com outras grandes. Talvez este possa ser considerado um desses casos.

Houve algo que gostei imenso na cidade onde ficámos. Não há medo de assaltos. As casas têm janelas enormes, sem grades. Os quintais não têm portões. Das janelas, que quase ocupam toda a parede, raras são as que têm cortinados. Persianas não existem. Pode olhar-se para dentro das janelas e ver a casa toda. Estamos a tal ponto habituados a isso que, no início, pensámos que se tratava de lojas.

Outra coisa que também notei foi que todas as pessoas falam inglês. Por terras lusas, não serão tão frequentes as pessoas com 60/70/80 anos que falam inglês. Por lá, será rara a que não fala.

Foi bom. Divertido, sem dúvida. Arrisco-me até dizer que foi, de algum modo, educativo.
Mas chegar à terrinha, ouvir falar o português, ver a minha bandeira hasteada em casas e carros (reminiscências ainda do europeu de futebol), sentir o sol a bater-me na cara...
Sentir que estou novamente em casa.
Sentir que, se quiser, vou a um café comer um pastel de bacalhau. Ou a um restaurante, comer uma carne de porco à alentejana. Sentir que, apesar das coisas más, o meu país é a minha casa. É a minha história, é a minha vida. Sentir vontade de dizer aos holandeses que sou de um país de “Heróis do mar”, de uma “nação valente e imortal”. E isso, por muito que falem, só nós somos. Ou fomos. Não interessa. É história, e essa ninguém nos tira. Tive saudades, e essas só os portugueses as têm. Foi bom regressar a casa.
Foi bom regressar a Portugal.


bolo.jpg
publicado por Nana às 14:52

02
Abr 06
Pois é, meus amigos... por fim, férias!! Quinze dias, nos quais poderei descansar a cabeça e (quase) esquecer a escola... Sim, quase, porque há sempre o dia em que saem as notas e... os trabalhos de casa não aparecem feitos sozinhos, não é?
Anyway, amanhã vou para a Holanda. Ver se descanso a cabeça... Depois digo-vos como foi...
Hoje foi, para mim, um dia muito especial. Fui com amigos ao Castelo de Palmela... Fizemos um “pic-nic” por lá... Muitas fotos, muitos abraços... e até, para os mais corajosos, “rappel” e “slides” (claro que eu não me incluo nesse grupo eheh). Foi demais mesmo... Estar com algumas das pessoas mais importantes para mim, num cenário fora de série... O pior foram, sem dúvida, as despedidas. Duas semanas sem nos vermos. Duas semanas passam a correr, bem sei. Mas sabe todo e qualquer um que foi ou é adolescente, que duas semanas sem todos os amigos à nossa volta parecem anos e anos de espera. Abraços, beijinhos, “boa viagem”, “gosto muito de ti”, “vou ter muitas saudades tuas”. Palavras e actos que entram cá dentro com uma força indestrutível e muito dificilmente sairão um dia. Já tenho saudades, e ainda agora estou na minha casinha. Tenho saudades porque sei que nada é eterno. Tenho saudades porque sei que um dia vou ter saudades. Tenho saudades porque tenho. Pronto. Tenho saudades mas, como não quero sofrer por antecipação, consciencializo-me de que, dentro de duas semanas vou estar novamente com eles. E aí sim, vai ser a loucura. Beijinhos, abraços, “tive saudades!”, “Como é que foi?”, “Foi tão giro!”... E então pegamos no carro e vamos ao Freeport. Ou ao Castelo de Palmela. Ou ficamos em casa, a estudar para os exames nacionais. Mas sempre com uma certeza: estaremos lá sempre que alguém precise e eles estarão sempre lá quando precisemos. E é esta a nossa essência. O facto de eu os adorar. De nos adorarmos. E de não passar um dia em que não pensemos em pelo menos uns quantos. “E se assim o é, é porque é assim!”.

Beijinhos pessoal... Vou sentir muito a vossa falta... Amigos, família, mãe, pai... Vou ter muitas saudades vossas. Mas vou feliz. Vou feliz porque sei que vos tenho. É isso que me faz levantar a cabeça todos os dias. Até mesmo nos dias mais cinzento. Adoro-vos!!

(na passada quinta-feira, foi o Dia da Ciência. Fui encarregue de explicar a maquete feita pelo meu grupo à "Xô dona" Vereadora de Setúbal. Optei pela simplicidade, em primeiro lugar porque não queria dar uma "seca" às senhoras e, em segundo lugar, para disfarçar o meu próprio embaraço. De qualquer das maneiras, a minha professora não gostou. Deu-me um beliscão com toda a força (e processá-la, não??) e MANDOU-ME apresentar a próxima maquete, "sem exageros"(palavras da dita cuja). No entanto, no final, o director da escola veio parabenizar-me pelo meu à vontade. Melhor ainda, em frente à professora! Apeteceu-me gritar-lhe "TOMA!!"... Mas achei que seria mais "adulto" dar-lhe um sorriso "cínico" (à professora, obviamente) e virar as costas... Claro que isto me custou uma má nota na maquete mas... valeu a pena, só pelo gozo que me deu ver a sua cara enfezada ficar ainda mais enfezada, tal não era a raiva por o director estar a elogiar-me a mim e não à menina dos seus olhos... How sad is that??!!)
publicado por Nana às 22:00

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