Era uma vez uma menina de 16 anos, que resolveu criar um blog para desabafar... E que agora, aos 21, continua a escrever. De teen a adulta; de Portugal à Holanda - A saga!

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Jan 07
Olá, olá!

Feliz Natal e feliz Ano novo a todos! Que este seja um ano inesquecível... Pelos melhores motivos!

Pois é, tenho-me desleixado um pouco com o blog... Mas hoje cá estou para dar as novidades!

Amanhã faz um mês que estou a trabalhar no Intermarché. Estou na caixa e ninguém, a não ser quem trabalha ou já trabalhou na caixa de um super mercado, sabe o quão difícil é. Para mim, trabalhar na caixa pouco mais era do que estar sentado o dia todo, a passar coisas em frente à máquina e a dar os trocos. Mas acreditem, é completamente diferente quando lhe vestimos a pele. Para já, o difícil que é o atendimento ao público. Porque, se por um lado, há pessoas simpáticas, por outro há muita gente que nos olha do alto e nem um “bom dia” nos dirige. E nós temos que aceitar e calar. Aliás, nem calar é, temos que mostrar o nosso melhor sorriso e mandar para o ar os conhecidos “Olá, boa tarde, como está? Posso ajudá-lo em alguma coisa? O quê? Não lhe dei troco? Dei, olhe, tem-no na sua mão... Não, não faz mal, obrigada...”.

É que há com cada pessoa... Que só mesmo trabalhando em algo assim é que nos apercebemos. Há os que reclamam que tudo é caro. Os que se espantam porque acham barato. Os que simplesmente têm que reclamar, quer seja da fila, que não anda, ou do tempo, que não se decide se há de chover ou ficar sol (sim, para os que não sabem, somos nós, os funcionários do Intermarché quem manda no tempo). Os que são simpáticos. Os que pensam que não vale a pena dar os bons dias a uma simples funcionária do Intermarché. Os que dizem que não lhes demos troco, quando têm o troco na mão (verídico). Os que querem, depois afinal não querem porque é muito caro, e esperam até que nós anulemos o produto até decidirem que, afinal, até levam, afinal, “o que seria de nós sem um desvariozinho de vez em quando”. Os que falam, falam, falam, a ponto de, na hora de dar o troco, sabermos mais da vida deles do que de muita gente que nos é mais chegada. Os que sentam os bebés nas caixas e oh, felicidade das felicidades, todos eles gostam de puxar cabelos compridos. Os que querem pagar a dinheiro. Não, a multibanco. Não, afinal sempre chega o dinheiro. “E metade com dinheiro e outra metade com multibanco, não dá? Então ficamo-nos pelo multibanco.”. Os que pedem sacos e, para levar um pacote de margarina e uma garrafa de água levam cinco ou seis sacos. “Porque moro longe, e não se vá o saco rebentar”.

Enfim, é um sítio onde, definitivamente, se vê e ouve de tudo. Mas apesar de tudo, apesar da responsabilidade que é trabalhar com dinheiro, estou a gostar. Penso que não poderia ter escolhido melhor “primeiro emprego”. Trabalho com pessoas excelentes, não tive qualquer problema de adaptação. Pessoas que, por mais cansados que estejam, têm sempre alguma coisa que nos faz rir, bem ali, debaixo da língua.

Agora já só me falta mandar os papéis para a Universidade lá da Holanda e ver se me aceitam. Se tudo correr bem, em Agosto começo a estudar na International School of Fisiotherapy, em Amsterdão. Se me vai custar deixar tudo e todos? Claro que vai. Só de pensar nisso sinto um friozinho no estômago. Mas... arrisco. Talvez seja disso que preciso para me encontrar.

Beijinhos.

E já sabem, se precisarem de qualquer coisa, venham ao Intermarché de Setúbal.
publicado por Nana às 22:34

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