Era uma vez uma menina de 16 anos, que resolveu criar um blog para desabafar... E que agora, aos 21, continua a escrever. De teen a adulta; de Portugal à Holanda - A saga!

30
Jul 08

Todos nós precisamos de férias. Mais cedo ou mais tarde, todos precisamos. Acontece que há pessoas em quem essa necessidade se nota mais do em outras. Ora senão vejamos (e espero que a pessoa com quem esta conversa surgiu não se incomode pela reprodução pública, mas de facto achei engraçado e este blog é lido por tão pouca gente que acaba por não ser tão público quanto isso):

 

- Bom dia menina! Desculpe ter rejeitado a chamada, mas estava a entrar para o carro com tantas coisas na mão que teve mesmo que ser!

- Não faz mal! Então como vão as coisas?

- Muito bem, obrigado! Começaram hoje as minhas férias! E a menina? Já li no seu blog que anda a estagiar...

- Sim, é verdade, estou a gostar imenso. Olhe uma coisa, relativamente ao meu jantar de aniversário no Sábado, como é?

- Ah, pois, era mesmo disso que lhe queria falar. Não vou poder ir porque não vou estar em Setúbal. Mas não se preocupe, que eu no dia dos seus anos faço-lhe um telefonema a desejar os parabéns!

- No dia dos meus anos?

- Sim. Dia 29, não é?

- (pausa)...

- Então? Não é dia 29?

- É, é dia 29.

- Então pronto, eu dia 29 ligo-lhe!

- (pausa)...

- Então? O que foi?

- Ahm... É que dia 29... É hoje...

- An? Dia 29... (pequena pausa, como quem conta os dias pelos dedos...) AH!! Pois é! É hoje é!! Ontem foi 28, hoje é 29! Ora então, muitos parabéns, e que conte muitos!!

 

É bom ver que certas coisas não mudam, e que uma vez despassarado, sempre despassarado!

 

Umas boa férias, P.M.!

(“Ó menina, pintou o cabelo?” “Não, pus espuma!”)

 

 

PS: Sim, esta menina fez ontem 20 aninhos... Ai as rugas...

 

publicado por Nana às 20:57
música: Anel de rubi - Rui Veloso
sinto-me: Um ano mais velha :)

23
Jul 08

Ontem, estava eu na clínica onde estou a estagiar, quando a minha coordenadora de estágio (que é, basicamente, a pessoa que tem que me aturar atrás dela todos os dias, tipo sombra, e que tem a paciência de santa para me responder a todas as minhas dúvidas, que não são poucas) me pediu para por gelo no joelho de uma senhora (uma rapariga nova!), que levou, há pouco tempo, uma prótese.

 

Ora, lá vai a Susaninha, abre o recipiente do gelo, põe o gelo no paninho, põe o paninho no joelho. Estava já esboçar um sorriso, orgulhosa do grande feito que é o por do gelo num joelho (como é óbvio, eu contento-me com muito pouco), quando a senhora (rapariga!) começa a gritar agarrada ao joelho!

 

“AI AI AI!!”

 

Reacção da Susaninha: olhos muitos abertos, completamente desesperada, a olhar para toda a gente, desde a coordenadora de estágio, aos outros pacientes, passando pela senhora da limpeza que lá andava no seu “arruma-almofada-varre-chão-substitui-papel-da-maca-por-outro-já-limpo”... E ninguém reagia!

Quando volto a olhar para a senhora (opá, ela tem 33 anos, custa-me tratá-la por senhora!), está ela a rir a bandeiras despregadas!

 

Conclusão: foi uma partida! Assim a modos que uma piada! Uma praxe!

 

Quer dizer, se eu tivesse tido um ataque cardíaco (sim, que estive lá perto, uns minutos depois ainda tremia e tinha lágrimas nos olhos!), queria ver se achavam todos tanta piada.

 

Mas, epá, por acaso, até teve a sua piada, sim senhor. Agora, que não volto a por gelo naquele joelhinho, não volto!

 

Coitada da estagiária, pá, ninguém tem dó!

publicado por Nana às 19:15
sinto-me: praxada!
música: Nunca me esqueci de ti - Rui Veloso

20
Jul 08

É impressionante e, de certa forma assustador, apercebermo-nos de como um pequeno gesto, um pequeno acto, um pequeno nada, pode alterar uma vida, e modificá-la de modo irreversível.

E de todos os esses pequenos nadas é feita a vida.

É interessante pensar no quão diferente seria a vida, ou a mais básica noção da mesma, se uma desses pequenos nadas pudesse ser alterado.

Uma coisa pequenina, alterada no meu passado, e tudo seria diferente. Não falo de algo em particular, de algo concreto. Falo de qualquer coisa, da mais pequena e insignificante. Tudo poderia ser diferente. Para pior, para melhor, mas diferente.

Se eu gostava que tudo fosse diferente? Depende. Mas em princípio não. Porque, apesar das coisas más que existem, existem também muitas coisas pelas quais vale a pena passar por tudo o que se passou, de novo, uma e outra vez.

Agora, também há que ter a consciência e a coragem, de não deixar voltar o que de mau passou. A isso, recuso-me as vezes que forem precisas. E mais umas quantas, para ter a certeza de que não sou mal compreendida.

 

Há uma sombra atrás de mim. Vai lá estar sempre, a vigiar os meus sucessos e infortúnios e, quanto a isso, não há muito que eu possa fazer. O que eu não permito, e digo-o agora com toda a convicção do mundo, é que se torne, para mim, mais do que uma sombra. Outra vez. Para sempre. Por isso, minha cara sombra, tenta o que quiseres. Envia cartas, telefona, ou aparece sentada à minha porta. Espreita pela minha janela o quanto queiras, envia-me e-mails, aproveitando esta era mais tecnológica. Mas nunca, e ouve o que te digo, nunca, farás parte da minha vida de novo. Estás banida, como sombra que és, da minha vida, da minha mente, de todo o meu mais pequeno gesto. E no dia em que, finalmente, deixares de fazer parte deste mundo, o que vou sentir é nada. E isso, minha cara sombra, é o que de pior se pode ter de alguém. Para mim, é o nada mais insignificante de todos. És NADA.

 

Edit: Gostava só de esclarecer que este post não foi escrito para qualquer ex-namorado ou coisa do género. Foi escrito para alguém que fez parte da minha vida durante 6 anos e que agora, felizmente, já não faz.

 

publicado por Nana às 12:06
música: The story - Brandi Carlile
sinto-me: determinada

17
Jul 08

Sabem quando, de vez em quando, falamos com pessoas que nos dão assim um bocadinho de informação a mais?

Conversa, hoje, entre a estagiária de fisioterapia (aka, eu) e uma paciente (de 74 anos) com prótese de joelho :

 

 E: Então, Dona G., como vai esse joelho?

G: Ai filha, ainda me dói um bocadinho, mas pelo menos a perna já não está tão inchada!

E: Pois é, já viu, a pressoterapia não lhe fez mesmo nada bem... É estranho! E já viu como a sua cicatriz está a ficar tão bonita?

G: Sim, eu trato muito bem dela!

E: Está a por o cremezinho gordo, todos os dias?

G: Estou pois! Trato tão bem da minha cicatriz como trato do coiso do meu marido! A esse também, todos os dias, o esfrego muito bem com pózinho de talco, que é para ficar maciozinho!

 (pausa...)

E: Pois, Dona G., eu agora tenho mesmo que ir ali, ver se já acabou o tempo de parafina do Sr. L., está bem?

  

Ai, senhores, o que uma pessoa tem de ouvir...

 

publicado por Nana às 15:57
sinto-me: Cansada, mas feliz
música: Wish you were here - Pink Floyd

13
Jul 08

Eu já sabia que gostava de fisioterapia. Achava interessante, e não era algo que estudasse só "porque sim". Gostava, era o curso com que sonhava desde os 14 anos.

 

No entanto, quem me diria a mim que iria gostar assim tanto esta profissão?

 

Comecei o estágio há apenas uma semana. Apesar de muitas coisas serem diferentes das que estava à espera (18 pacientes em 5 horas? Crazyyy!), estou a adorar! Mesmo! Estou a adorar tudo, desde as instalações, os pacientes (utentes!), os terapeutas... Tudo!

Se pudesse, nem voltava para Amsterdão para acabar o curso; ficava já por cá a trabalhar.

 

Mas as coisas não são assim e há que manter presente que, dentro de dois meses me vou embora. No entanto, e seja como for, vou recordar para sempre este meu primeiro contacto com a fisioterapia "a sério", e as pessoas que passaram isto comigo.

 

Adoro quando tenho que me apresentar como estagiária, adoro quando a senhora da secretaria (uma querida!) me diz "Até amanhã, terapeuta!", adoro até quando um dos terapeutas (também um querido) me chama "sombra", por andar sempre atrás da coordenadora de estágio!

 

Já lá dizia o saudoso Elvis (e mudando um pouquinho a letra),

 

I can't help falling in love with... physiotherapy!

publicado por Nana às 12:42
música: Don't give up, you are loved - Josh Groban
sinto-me: apaixonada pela fisioterapia

01
Jul 08

... desejosa por começar o estágio. Penso que, na segunda-feira, sou capaz de partir um braço a alguém... Só para festejar.



Brincadeirinha...

publicado por Nana às 21:27
música: Grey Room - Damien Rice
sinto-me: farta de não fazer nada!

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