Ontem, estava eu na clínica onde estou a estagiar, quando a minha coordenadora de estágio (que é, basicamente, a pessoa que tem que me aturar atrás dela todos os dias, tipo sombra, e que tem a paciência de santa para me responder a todas as minhas dúvidas, que não são poucas) me pediu para por gelo no joelho de uma senhora (uma rapariga nova!), que levou, há pouco tempo, uma prótese.
Ora, lá vai a Susaninha, abre o recipiente do gelo, põe o gelo no paninho, põe o paninho no joelho. Estava já esboçar um sorriso, orgulhosa do grande feito que é o por do gelo num joelho (como é óbvio, eu contento-me com muito pouco), quando a senhora (rapariga!) começa a gritar agarrada ao joelho!
“AI AI AI!!”
Reacção da Susaninha: olhos muitos abertos, completamente desesperada, a olhar para toda a gente, desde a coordenadora de estágio, aos outros pacientes, passando pela senhora da limpeza que lá andava no seu “arruma-almofada-varre-chão-substitui-papel-da-maca-por-outro-já-limpo”... E ninguém reagia!
Quando volto a olhar para a senhora (opá, ela tem 33 anos, custa-me tratá-la por senhora!), está ela a rir a bandeiras despregadas!
Conclusão: foi uma partida! Assim a modos que uma piada! Uma praxe!
Quer dizer, se eu tivesse tido um ataque cardíaco (sim, que estive lá perto, uns minutos depois ainda tremia e tinha lágrimas nos olhos!), queria ver se achavam todos tanta piada.
Mas, epá, por acaso, até teve a sua piada, sim senhor. Agora, que não volto a por gelo naquele joelhinho, não volto!
Coitada da estagiária, pá, ninguém tem dó!