Ora então, "mangando, mangando" (ai, estas alentejanices!), já estou em Portugal há quase um mês!
Reiterando o que já aqui disse perto de um milhão de vezes, não há lugar como a nossa casa. Já quase me tinha esquecido do bom que é estar cá. Do bom que é estar perto da família e dos amigos. Do fantástico que é receber uma mensagem a dizer "Vamos tomar um café?", e ir.
Já tinha saudades deste bairro, com todas as suas casinhas, cada uma de sua cor. Saudades da Serra da Arrábida que, por mais fogos que a consumam, oferece sempre uma visão fenomenal a quem se dá ao trabalho de a subir. Saudades dos restaurantes da Avenida Luísa Todi, com os seus restaurantes a cheirar a peixinho grelhado. Ah, as saudades que eu tinha de Setúbal!
Comecei o meu estágio, no mesmo lugar do ano passado, dois dias depois de cá ter chegado.
E só aí é que me apercebi do quão desmotivada me senti nestes últimos seis meses. Tenho a sensação de que a escola já não puxa por mim, já não me motiva. Especialmente nestes últimos meses, sinto que não aprendi nada.
O facto de eu estar a fazer o curso e, ainda assim, conseguir dormir a noite inteira e mais umas três horinhas durante a tarde, deve falar por si.
Decidi, então, que vou começar a estudar por conta própria. Claro que vou continuar o curso e acabá-lo, mas vou estudar o que eu penso ser importante, o que eu gosto. O que a faculdade me pede para estudar, estudarei. Mas com menos afinco.
A verdade é que a fisioterapia ainda me fascina. A cada dia que entro na clínica vejo os resultados e devo confessar que o sorriso de alguém que está a andar pela primeira vez desde há algum tempo é algo grandioso.
E é isso que eu quero estudar. Quero estudar a anatomia, a fisiologia. Compreender o que faço e para o que o faço. Entender o porquê das coisas e como modificá-las.
Dou muito, muito mais valor a isso, do que ao que a faculdade me tem exigido ultimamente. Concordo que será importante ter a noção de como escrever um artigo ou de como trabalhar numa "systematic review".
No entanto, devo admitir que prefiro mil vezes mais ajudar alguém a voltar aos seus movimentos funcionais diários do que estar sentada em frente ao computador a avaliar artigos.
Por isso, a partir de agora, e já lá dizem os Xutos e Pontapés, este estudo vai ser "à minha maneira"!