Boas noites, minha boa gente.
Venho, hoje, por este meio informar-vos que o que todos vocês desconfiavam se confirma: sim, eu estou louca. Prontinha para começar a frequentar uma instituição psiquiátrica. E passar lá um bom tempo.
E porquê isto agora? - perguntam vocês.
É muito simples. Vocês sabem - ou pelo menos desconfiam - a tortura que têm sido, para mim, estes últimos meses. Sem saber se passava a tese, se não passava. Porque, se não passasse, não me deixavam fazer o meu terceiro estágio o que, por sua vez, implicava ficar na Holanda durante os próximos três meses, em vez de ir para Portugal.
E o simples pensar em não ir para Portugal durante estes três meses deixava-me doente. Porque estou farta da faculdade, porque tenho saudades de falar português, porque abrir a janela e ver tudo branco lá fora já me deixa um pouco desesperada.
No entanto - e felizmente - as coisas correram bem e tive uma nota positiva na tese.
Grande festa, grandes celebrações, wohooo, vou para Portugal daqui a duas semanas.
E estou feliz, não me entendam mal. Voltar para Portugal alegra-me; ver a minha família, os meus amigos, falar a minha língua, comer comida decente... tudo isto faz com que eu sorria.
Então, mas porque é que dizes que estás louca? - perguntam vocês outra vez.
Muito simples: porque, apesar de o facto de ir para Portugal me deixar feliz, ao mesmo tempo também me deixa triste!
É TÃO irritante! Mas, ainda assim, é verdade.
Não sei bem explicar porquê mas, nas últimas duas ou três vezes que tenho ido para Portugal, parte de mim fica triste.
Porque, apesar de estar farta de tudo, há sempre coisas às quais já me habituei, as quais já fazem parte da minha vida. E as pessoas. Fiz amigos cá, e vou passar três meses sem eles. E, um mês depois de voltar, o curso acaba e muitas dessas pessoas vão voltar para o seu país.
É, portanto, o fim de uma fase da minha vida. Mais uma. E vocês sabem que eu fico sempre nostálgica quando isto acontece. Mas desta vez parece que custa ainda mais. Penso que é porque não me estou a despedir apenas de uma escola, mas de um país. Não apenas de pessoas que moram na mesma cidade que eu - e que posso ver frequentemente - mas de pessoas que moram em países diferentes.
E pronto, é isto. Penso eu. Parte de mim está eufórica por poder voltar a Portugal. A outra parte está um bocado deprimida, pelo mesmo motivo.
Diagnótico: maluquinha.
PS: Parabéns ao meu blog, que fez 5 anos!