Hoje estou assim a modos que um bocadinho irritada. Aliás, este mood (como é que se diz "mood" em português? Ai, lá se vai o português!) tem-me acompanhado muito, ultimamente.
Mas hoje o motivo nem é a faculdade, nem os trabalhos, nem a escolha do tema para a tese, nem nada dos motivos usuais.
Passa-se o seguinte:
Como vocês sabem (ou não, também não interessa nada), eu estou a morar, aqui na Holanda, em casa do meu padrasto.
O meu padrasto tem filhos e, entre eles, um querido de 19 anos ("19 não", dizia ele se me ouvisse, "quase 20!").
Ora, o rapazinho é muito boa pessoa (e juro que nem estou a ser irónica, gosto mesmo do miúdo, apesar de tudo), mas tem uma pequena particularidade que me irrita profundamente: julga que eu não mereço um bocadinho de privacidade.
Ele mora com a mãe e, quando o pai cá está, ele costuma vir cá jantar duas vezes por semana. Coisa que continua a fazer quando o pai não está cá, o que a mim não me incomoda absolutamente nada, porque gosto da companhia dele.
O que me incomoda é quando ele vem fora dos horários normais e, ainda por cima, sem avisar. Ao que parece, e uma vez que a casa é do pai dele, o rapaz acha que está no seu direito de me entrar pla porta dentro sem mais nem menos.
Hoje, andava eu descansada da vida, em roupa interior (sozinha em casa, com o calor que estava, tenham paciência, mas é o que apetece!), quando oiço alguém a abir a porta. Quando fui abrir (já sei o que a casa gasta, por isso a tranca está sempre na porta), era o menino, com uma amiga. Só por acaso, lembraram-se de cá passar, para ver não sei o quê no computador. Sim, porque na casa dele não deve haver computador. Ou em casa dela. Ou em qualquer outro sítio em Amsterdam.
Conclusão: eu estou literalmente a morrer de sono, quero ir dormir (sim, porque alguns de nós têm que ir para a faculdade amanhã de manhã), e os meninos ali na conversa na cozinha.
Aiii, tomara já vir o tempo em que trabalho e ganho o suficiente para ter um cantinho meu, onde só vai quem eu quero e quando eu quero!