NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
(...)
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
(Fernando Pessoa, sob o heterónimo Álvaro de Campos)
Hoje demos este texto na aula de português e eu senti-me, de alguma forma, em sintonia... Com as palavras, com os sentimentos. Então decidi partilhá-lo convosco.
É incrível. Quanto mais tento tornar-me mais adulta, mais madura, mais vejo que sou apenas uma adolescente. Sinto-me como se, em vez de 17, tivesse 10. Talvez 11. Porque me deixo ir a baixo com coisas totalmente fúteis.
De que é que me interessa se o meu professor de ITI diz que preciso ir ao ginásio?? Interessar-me-ia, se partisse de uma pessoa de quem gosto.
Mas não.
Partiu de um professor que, como diria o Fernando, mais parece ter o intestino grosso ligado à boca. Possivelmente uma outra zona ligada ao cérebro, mas não convém explicitar, quem ler as entrelinhas perceberá.
Ora, a um professor que tem a lata de dizer Veja lá se não lhe puxo o rabo-de-cavalo... O de cima e o de baixo! e Eu sou um lobo com pele de carneiro.., (sendo que estas são as menos chocantes, porque, devido à conotação sexual das outras, de certeza que, se as escrevesse, isto ainda poderia vir a gerar confusões...) não se pode, definitivamente, dar ouvidos!!
Não volto a ligar a tipos asquerosos como ele. Não volto mesmo!
Aliás, nem sei porque é que ainda não criei uma espécie de escudo mental, que filtre tudo o que o homem diz, de modo a só ouvir o que ele diz sobre a matéria (o que, convém dizer, é bastante pouco).
E pronto, é isto. Uma pessoa tenta ser adulta, depois chega uma pessoa destas e deita tudo por terra. Mas isto foi porque ele me apanhou desprevenida... Para a próxima, logo lhe digo onde é que ele deve ir... E o que é que deve meter onde, quando lá chegar...
Enfim... Perdoem-me a irritação... Que horas serão agora em Kuala Lumpur?? Hm...
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
(...)
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
(Fernando Pessoa, sob o heterónimo Álvaro de Campos)
Hoje demos este texto na aula de português e eu senti-me, de alguma forma, em sintonia... Com as palavras, com os sentimentos. Então decidi partilhá-lo convosco.
É incrível. Quanto mais tento tornar-me mais adulta, mais madura, mais vejo que sou apenas uma adolescente. Sinto-me como se, em vez de 17, tivesse 10. Talvez 11. Porque me deixo ir a baixo com coisas totalmente fúteis.
De que é que me interessa se o meu professor de ITI diz que preciso ir ao ginásio?? Interessar-me-ia, se partisse de uma pessoa de quem gosto.
Mas não.
Partiu de um professor que, como diria o Fernando, mais parece ter o intestino grosso ligado à boca. Possivelmente uma outra zona ligada ao cérebro, mas não convém explicitar, quem ler as entrelinhas perceberá.
Ora, a um professor que tem a lata de dizer Veja lá se não lhe puxo o rabo-de-cavalo... O de cima e o de baixo! e Eu sou um lobo com pele de carneiro.., (sendo que estas são as menos chocantes, porque, devido à conotação sexual das outras, de certeza que, se as escrevesse, isto ainda poderia vir a gerar confusões...) não se pode, definitivamente, dar ouvidos!!
Não volto a ligar a tipos asquerosos como ele. Não volto mesmo!
Aliás, nem sei porque é que ainda não criei uma espécie de escudo mental, que filtre tudo o que o homem diz, de modo a só ouvir o que ele diz sobre a matéria (o que, convém dizer, é bastante pouco).
E pronto, é isto. Uma pessoa tenta ser adulta, depois chega uma pessoa destas e deita tudo por terra. Mas isto foi porque ele me apanhou desprevenida... Para a próxima, logo lhe digo onde é que ele deve ir... E o que é que deve meter onde, quando lá chegar...
Enfim... Perdoem-me a irritação... Que horas serão agora em Kuala Lumpur?? Hm...